via Byline
A prova de Língua Portuguesa é aquela que, tradicionalmente, tem o mesmo peso para todos os cursos. Ter um bom domínio do Português e entender a interpretar textos é fundamental para se dar bem numa prova de Vestibular. Teste o seu conhecimento com a prova de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). *************************** Instrução: As questões 01 a 05 referem-se ao texto abaixo. 01. A crítica religiosa de Erasmo tinha grandes 02. afinidades com a que Lutero começou a dirigir 03. contra Roma, a partir de 1517: denúncia das 04. indulgências, defesa de um Cristianismo depurado 05. de idolatrias e superstições, volta …….. Bíblia, etc. 06. Por isso, Lutero tentou incansavelmente obter 07. a adesão de Erasmo, mas este respondia com 08. evasões, até que, pressionado pelos católicos para 09. que definisse sua posição, escreveu contra Lutero, 10. em 1524, um texto em que se colocava 11. frontalmente contra um dos pontos centrais da 12. Reforma: De Libero Arbitrio.Nesse texto, Erasmo 13. defendia a tese da vontade livre, consumando, 14. assim, sua ruptura pública com o protestantismo, 15. que, pelo menos em sua versão luterana, era 16. radicalmente determinista. 17. Lutero respondeu …….. um texto intitulado De 18. Servo Arbitrio,em que defendia a tese de que a 19. mera hipótese de uma ação livre do homem, 20. independente de Deus ou em cooperação com Ele, 21. já constituía uma limitação da liberdade de Deus e 22. uma afronta às Escrituras, que mostravam que a 23. queda condenava o homem a um saber 24. necessariamente imperfeito e a uma razão 25. necessariamente heterônoma. Para Erasmo, como 26. para os humanistas em geral, essa doutrina era 27. inaceitável tanto por razões puramente religiosas – 28. pois, sem o pressuposto da liberdade, caem por 29. terra todos os preceitos morais, dirigidos a uma 30. vontade que pode ou não aceitá-los – quanto por 31. razões humanas. A Renascença havia instalado o 32. homem no centro da história, e Erasmo não estava 33. disposto a abrir mão dessa conquista, a mais 34. valiosa dos novos tempos. Ele não aceitava a idéia 35. agostiniana de natura deleta,da depravação 36. congênita do homem, em conseqüência do pecado 37. original. Para Erasmo, o homem é por natureza 38. dotado de razão, e ela o impele à concórdia e à 39. solidariedade. A violência, a guerra, a brutalidade 40. são contrárias …….. natureza razoável do homem. Adaptado de: ROUANET, Sérgio Paulo. Erasmo, pensador iluminista. In: _____. As razões do Iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 284-285. 1) Assinale a alternativa que preenche, corretamente e de acordo com o sentido do texto, as lacunas das linhas 05, 17 e 40, respectivamente. (A) a – com – à (B) a – à – à (C) à – a – a (D) à – com – a (E) à – com – à 2) De acordo com o texto, pode-se afirmar que Rouanet (A) conduz o leitor à certeza de que existem fatos históricos que devem ser repensados à luz de idéias iluministas. (B) argumenta a favor da idéia de que Erasmo e Lutero criticavam toda e qualquer religião, a despeito de suas próprias crenças religiosas. (C) apresenta as razões pelas quais Erasmo, na obra intitulada De Libero Arbitrio, criticou os pontos centrais da Reforma protestante. (D) contesta a idéia de que Lutero era contra a liberdade de pensamento do homem. (E) critica o ponto de vista de Erasmo sobre a Reforma protestante. 3) Assinale a alternativa que estabelece uma relação de referência correta entre o primeiro e o segundo segmentos extraídos do texto. (A) isso (l. 06) – a [crítica] que Lutero começou a dirigir contra Roma (l. 02-03) (B) sua (l. 14) – a tese da vontade livre (l. 13) (C) essa doutrina (l. 26) – a queda condenava o homem a um saber necessariamente imperfeito (l. 22-24) (D) dessa conquista (l. 33) – A Renascença havia instalado o homem no centro da história (l. 31-32) (E) o (l. 38) – Erasmo (l. 37) 4) No contexto em que se encontra, o nexo pelo menos (l. 15) poderia ser corretamente substituído por (A) até mesmo. (B) somente. (C) exceto. (D) não apenas. (E) ao menos. 5) Considere as propostas de reescrita do seguinte período do texto. Para Erasmo, o homem é por natureza dotado de razão, e ela o impele à concórdia e à solidariedade (l. 37-39). I – De acordo com Erasmo, o homem é racional por natureza, e ela o leva à busca da concórdia e da solidariedade. II – Segundo Erasmo, por natureza, o homem é racional, e isso o leva à busca da concórdia e da solidariedade. III – O homem, segundo Erasmo, tem natureza racional, o que o leva a buscar a concórdia e a solidariedade. Quais propostas de reescrita mantêm a correção e o sentido do texto original? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. Instrução: As questões 6 e 7 referem-se ao texto abaixo.01. Marina me explicou muito direitinho que eu não 02. tinha razão. O que tinha era falta de confiança 03. nela. Chorou, e fiquei meio lá, meio cá, propenso a 04. acreditar que me havia enganado. 05. – Posso obrigar uma pessoa a não olhar para 06. mim? Posso furar os olhos do povo? 07. Não senhora. A coisa era diferente: Eles tinham 08. sido pegados com a boca na botija, grelando, 09. esquecidos do mundo. Tinham ou não tinham? Sim 10. senhor, mas sem malícia. 11. – Posso furar os olhos do povo? 12. Esta frase besta foi repetida muitas vezes, e, 13. em falta de coisa melhor, aceitei-a. De fato, eu 14. não tinha visto nada. As aparências mentem. A 15. Terra não é redonda? Esta prova da inocência de 16. Marina me pareceu considerável. Tantos indivíduos 17. condenados injustamente neste mundo ruim! 18. Quem pode lá jurar que isto é assim ou assado? 19. Procurei mesmo capacitar-me de que Julião 20. Tavares não existia. Julião Tavares era uma 21. sensação. Uma sensação desagradável, que eu 22. pretendia afastar de minha casa quando me 23. juntasse àquela sensação agradável que ali estava 24. a choramingar. 25. – Pois bem, minha filha, não vale a pena falar 26. mais nisso. Enxugue os olhos. Se você diz que não 27. foi, não foi. Acabou-se, não se discute. Está aqui 28. uma lembrancinha que eu lhe trouxe. Vamos ver 29. se fica bonito. Adaptado de: RAMOS, Graciliano. Angústia. 30. ed. São Paulo: Record, 1985. p. 86. 6) Assinale a alternativa que apresenta uma transposição gramaticalmente correta da voz passiva para a voz ativa da frase Eles tinham sido pegados com a boca na botija (l. 07-08). (A) Uma pessoa os teria pegado com a boca na botija. (B) Pessoas lhes tinham pegado com a boca na botija. (C) Alguém os tinha pegado com a boca na botija. (D) O povo pegou-os com a boca na botija. (E) Tinham pegado eles com a boca na botija. 7) O bloco superior, abaixo, apresenta três trechos do texto; o bloco inferior, interpretações desses trechos. Associe adequadamente cada um dos três trechos à sua correta interpretação. De fato, eu não tinha visto nada. As aparências mentem. (l. 13-14) Tantos indivíduos condenados injustamente neste mundo ruim! (l. 16-17) Procurei mesmo capacitar-me de que Julião Tavares não existia. (l. 19-20) 1 – O narrador considera a possibilidade de que Marina não esteja mentindo. 2 – O narrador procura persuadir-se de que há razão para não julgar sumariamente Marina. 3 – O narrador apela para fatos que justifiquem sua desconfiança acerca da fidelidade de Marina. 4 – O narrador dispõe-se a recorrer ao que não é racional para acreditar em Marina. A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é (A) 1 – 2 – 4. (B) 1 – 3 – 2. (C) 3 – 4 – 1. (D) 3 – 2 – 4. (E) 4 – 3 – 2. Instrução: As questões 8 a 10 referem-se ao texto abaixo. 01. Sendo a palavra escrita um produto da cultura, 02. nisto, como em tudo mais, o indivíduo tem o 03. direito de adoptar a que quiser – a que lhe parecer 04. melhor ou mais conveniente. Isso quer dizer que, 05. tecnicamente, …….. haver tantas ortografias quantos 06. há escritores. Terá isso o inconveniente de, se um 07. escritor optar por uma ortografia antipática ao 08. público, o público o não ler? Seja: o inconveniente 09. é para ele, não para o público. Praticou um acto: 10. sofreu-lhe ele mesmo, só ele, as conseqüências 11. intelectuais e morais. 12. …….. cuidadosamente entre o dever cultural e 13. o dever social. O meu dever cultural é pensar por 14. mim, sem obediência a outrem; o meu dever 15. cultural é registrar pela palavra escrita, grafando 16. como entendo que devo, o que pensei. Assim se 17. cria a cultura e portanto a civilização. Cessa aqui, 18. porém, o que é puramente o meu dever cultural. 19. Com a publicação do meu escrito, estou já, 20. simultaneamente, em duas esferas – a cultural e a 21. social: na cultural, pelo conteúdo do meu escrito; 22. na social, pela acção, actual ou possível, sobre o 23. ambiente. O meu escrito contém elementos 24. prejudiciais à sociedade? Se legitimamente e por 25. mim o pensei, continuo cumprindo meu dever 26. cultural; meu dever social é que, consciente ou 27. inconscientemente, não cumpri. São fenómenos 28. distintos, dependentes, um, da minha 29. contingência; outro, da minha consciência moral, 30. se a tiver. 31. Ora, a ortografia é um fenómeno puramente 32. cultural: não tem aspecto social algum, porque não 33. tem aspecto social o que não contém um elemento 34. moral (ou imoral). O único efeito presumidamente 35. prejudicial que estas divergências ortográficas 36. podem ter é o de estabelecer confusão no público. 37. Isso, porém, é da essência da cultura, que consiste 38. precisamente em "estabelecer confusão" 39. intelectual – em obrigar a pensar por meio do 40. conflito de doutrinas religiosas, filosóficas, 41. políticas, literárias e outras. Onde essas 42. divergências ortográficas produziriam já um efeito 43. prejudicial, e portanto imoral, é se o Estado 44. admitisse essa divergência em seus documentos e 45. publicações, e, derivadamente, a consentisse nas 46. escolas. Adaptado de: PESSOA, Fernando. O problema ortográfico. In: _____. A língua portuguesa. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. p. 23-25. 8) Considerando que na edição brasileira do texto de Fernando Pessoa foi mantida a ortografia vigente em Portugal, assinale a alternativa em que as três palavras apresentadas evidenciam diferenças entre a ortografia portuguesa e a brasileira. (A) adoptar (l. 03) – optar (l. 07) – acto (l. 09) (B) adoptar (l. 03) – acção (l. 22) – fenómenos (l. 27) (C) intelectuais (l. 11) – outrem (l. 14)–actual (l. 22) (D) Cessa (l. 17) – fenómeno (l. 31) – aspecto (l. 32) (E) aspecto (l. 32) – divergências (l. 35) – admitisse (l. 44) 9) Considere as seguintes afirmações sobre o uso da forma pronominal lhe no texto. I – O pronome lhe(l. 03) poderia ser substituído pelo segmento a ele, sem prejuízo da correção da frase. II – O pronome lhe (l. 10) poderia ser substituído pelo possessivo suas, a ser inserido antes da palavra conseqüências (l. 10), sem prejuízo do sentido e da correção da frase. III – A forma pronominal lhe (l. 10) seria substituída pela forma direta o, se a forma verbal sofreu (l. 10) fosse substituída por suportou. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. 10) Assinale a alternativa que apresenta os sinônimos mais adequados para as palavras conveniente(l. 04), distintos(l. 28) e consiste (l. 37), respectivamente. (A) favorável – evidentes – resulta (B) apropriada – diferentes – reside (C) convencional – diferentes – reside (D) favorável – diferentes – resulta (E) apropriada – evidentes – reside Respostas: 1E, 2C, 3D, 4E, 5E, 6C, 7A, 8B, 9D e 10B |
0 Comentários