A prova de redação tem se tornado cada vez mais frequente em concursos públicos, sobretudo os federais ou os para investidura em cargos de nível superior. Com caráter eliminatório e/ou classificatório, trata-se de uma realidade para a qual os concurseiros devem estar preparados. Para aprimorar a capacidade da escrita, algumas práticas, como a leitura, no entanto, fazem a diferença.
"Os fatores que mais provocam medo nos candidatos são a insegurança e a incerteza quanto ao domínio do tema a ser abordado, além das dúvidas quanto às questões microestruturais ligadas ao domínio da norma padrão, como a pontuação, emprego do hífen, acentuação, concordância e regência", explica o professor Erik Anderson.
Segundo ele, em primeiro lugar, deve-se ressaltar que a escrita é uma forma específica de representação da língua e que, portanto, possui recursos próprios, estrutura própria, marcas peculiares. "A habilidade de escrita só é possível desenvolver mediante a prática da leitura e da escrita de textos", pontua.
Os textos cobrados em certames públicos geralmente são do tipo dissertativo, que pode ser mais expositivo (informativo, não opinativo) ou argumentativo (com defesa de um ponto de vista).
"Ao escrever uma redação dissertativa, o candidato precisa demonstrar capacidade de articular ideias, por meio de sequências linguísticas devidamente estruturadas – com coerência e coesão – e dentro do padrão culto. E isso é possível a qualquer pessoa que desenvolve o hábito da leitura, e a leitura de textos de variados gêneros, como o jornalístico, o técnico e o literário", afirma Erik.
Para ele, o problema é que na era da linguagem visual, muita gente não tem paciência sequer para ler integralmente uma reportagem, um artigo de opinião, uma crônica. Muitos se detêm apenas às manchetes em letras garrafais e às imagens, ficando o texto à margem da leitura. Somente com leitura e conhecimento prévio sobre determinado assunto, aliada ao exercício constante da produção textual, é possível ter ideias para construir um texto coerente e coeso.
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